Éramos sete indivíduos sentados naquela
estranha sala de reunião. Cinco desencarnados, ou consciências extrafísicas, e
mais dois seres ligados a seus corpos físicos, portanto, encarnados em fenômeno
de desdobramento; e eu era um deles. Uma luminosidade suave irradiava por igual
em todo o ambiente de tal maneira que parecia penetrar e transpassar cada um
dos seres ali presentes, bem como todos os objetos formados na matéria daquele
plano superior.
No topo de uma estrutura parecida com uma
grande árvore e a algumas centenas de metros acima do chão, estava o local
escolhido para a reunião. Fluídos semitransparentes partiam do tronco, formando
as paredes e se encontrando em um único ponto na parte superior da sala. O
ambiente pulsava em sua estrutura nos tons de lilás e cristal, desafiando as
leis da física compreendida no plano material.
Era uma sala espaçosa e mobiliada apenas
com o essencial para atender aos propósitos daquela reunião. Um móvel parecido
com uma mesa flutuava ao centro, sem pés ou base de apoio. Sobre a mesa
transparente haviam vários documentos evidentemente constituídos a partir do
mesmo tipo de matéria que os demais elementos naturais à dimensão onde nos
reunimos. Não havia a necessidade de papeis, porém uma estrutura cristalina
formava as folhas onde estava registrado, com imagens tridimensionais, aquilo
que interessava a todos.
Entre os presentes estavam Christopher, Hiago,
Carmencita, Pai Damião de aruanda, Irene, Marcella e eu, Guilherme.
Christopher logo deu início à reunião.
– A presença de vocês aqui visa o início de
uma nova jornada, para a qual as experiências anteriores os capacitaram e os
tornaram necessários. O objetivo é intervir no que está ocorrendo em campos
escuros e densos, além de transmitir o conhecimento aos médiuns encarnados que
tenham interesse em serem instrumentos para o enfrentamento do grave processo
de obsessão coletiva que está ocorrendo em alguns templos espirituais, devido a
insistente falha de seus dirigentes no que diz respeito à arrogância e autossuficiência.
Diante da necessidade de contarmos com grande quantidade de fluídos vitais,
fora permitida a presença da médium Marcella que será nossa doadora mais direta
e integrará nossa equipe, em períspirito, nas incursões que precisemos de maior
quantidade destes fluídos.
Após ouvir o início do diálogo iniciado por
Christopher, Marcella assentiu com a cabeça em concordância. Sua ajuda seria
apenas no plano espiritual e durante o sono. Não teria a consciência enquanto
acordada, no plano material.
Irene deu continuidade ao discurso de
Christopher:
– Ao longo de nossas incursões nos campos
de sombras entraremos em contato direto com seres etéreos, porém extremamente
materializados; o que torna necessário a presença de mediadores, como o
Guilherme e a Marcella.
Dos presentes, apenas eu e a Marcella éramos
encarnados e trabalhávamos como médiuns em uma casa espiritual. Mas
diferentemente dela, eu continuaria com a ciência dos ocorridos no plano
espiritual já que tenho extrema facilidade em me desdobrar entre os diversos
planos e dimensões, além de mentores que atuam diretamente em dimensões mais
sombrias onde nos auxiliamos mutuamente nos diversos trabalhos que realizamos,
como o resgate de sofredores perdidos nestas zonas.
Entre os desencarnados, Christopher e Irene
são médicos dotados de elevado esclarecimento espiritual e, neste caso, quem
estavam na liderança desta empreita. Eu não os conhecia de outros lugares e não
eram entidades que trabalhavam diretamente com qualquer outro médium que eu conheça.
São seres que mesmo em forma de períspirito emanam grande luz em sua aura
peculiarmente branca.
Pai Damião de Aruanda, sendo um exemplo de
pura simplicidade; atuava como mentor direto da Médium Marcella no templo
espiritual em que a mesma servia. Moldando seu períspirito na forma de um ‘Preto
Velho’ com o intuito de transmitir seus ensinamentos de sabedoria e humildade a
todos os que precisavam de sua palavra, pois a Marcella, assim como eu, era
médium de incorporação e com isso, se fazia possível que tal trabalho fosse
realizado.
Quanto a Hiago e Carmencita, um casal de
mestres Ciganos e dirigentes de um templo espiritual localizado em uma região
repleta de recursos naturais e por assim, dominadores de grande fonte de
fluídos e vitalidade. Os dois Ciganos trazem consigo toda a intensidade
vibracional necessária entre o masculino e o feminino. Trabalhando essencialmente
com os elementos da natureza e sua infinidade de cores.
O Cigano Hiago é meu mentor direto e, da
mesma forma como o Pai Damião de Aruanda e sua médium, trabalhamos em grande
parte por meio da incorporação durante os trabalhos realizados no templo, onde
sou um dos dirigentes encarnados. Fora disso, nos comunicamos por meios auditivos
e desdobramentos em momentos diversos. Temos uma afinidade extremamente aguçada
devido ao tempo em que trabalhamos juntos e, devido a tal fator, estávamos
convocados àquela reunião.
Pai Damião logo se pronunciou:
– Temos ciência da complexidade dessa nova
jornada. Sabemos que nos tomará muito tempo e que não há a previsão para
término, pois atuaremos em áreas totalmente imprevisíveis e com seres que,
mesmo no campo das sombras, são tão fortes e desenvolvidos intelectualmente
quanto nós.
Hiago e Carmencita complementaram, dizendo
as palavras ao mesmo tempo, e suas vozes doces e melodiosas se fundindo:
– Senhores, nós e nossos médiuns,
dirigentes carnais de nosso templo, nos aliamos a este propósito. Forneceremos
as vibrações provenientes dos clãs ciganos e nossos Guardiões ficarão apostos
nos portais abertos em cada incursão realizada aos planos inferiores.
Neste ponto, Christopher estendeu a mão
para a mesa flutuante onde uma das folhas se elevou e produziu sete fios
plasmáticos que foram, lentamente, em direção ao peito de cada um dos
presentes. Criando um vínculo de responsabilidade pela jornada que acabara de
ser aceita por todos.
Aos poucos, a luminosidade ficou difusa. Já
não conseguia distinguir as formas a minha frente, já não os ouvia. Então,
fechei meus olhos e percebi, aos poucos, a tão conhecida sensação do despertar
matinal.
CONTINUA...
A espiritualidade bem feitora sempre nos alertando e orientando para o verdadeiro sentido da vida. Amar eternamente como somos eternos. Um abração amigo William Cigano.
ResponderExcluirQuero ver todo o durante, pois sei que final não é uma palavra que cabe no contexto, é sempre uma continuação.
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